domingo, 27 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ii congresso jurídico sobralense

há pouco agora, andando pelo triunfal boulevard do arco, ouço: ii congresso jurídico sobralense, ou algo que o valha. o evento seria festejado com um show da banda - foge-me agora seu singelo nome (singelo? sim, hoje estou eufêmico. eufêmico? essa palavra existe?). bem, haveria um show de uma banda cujo nome não lembro mas que é facilmente acessado pela mor parte das mentes através do refrão de uma de suas músicas: algo que evoca reiteradas vezes determinada periquita. e me perguntei: nas mãos de quem fomos por as nossas leis?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

de como nascem os heterônimos

gabriel, de 4 anos, indo ao médico:
- bom dia, senhor gabriel.
- eu não sou gabriel, sou eduardo. gabriel morreu de velhice.

:copiado da vida real

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

recém- achado

Disse um campônio à sua amada: "Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar, embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero, venero teus olhos, teu corpo, e teu ser
Mas diga, tua ordem espero, por ti não importa matar ou morrer"
E ela disse ao campônio, a brincar: "Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar de tua mãe inteiro o coração"
E a correr o campônio partiu, como um raio na estrada sumiu
E sua amada qual louca ficou, a chorar na estrada tombou
Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando da velha mãezinha o pobre coração
E volta à correr proclamando: "Vitória, vitória, tem minha paixão"
Mas em meio da estrada caiu, e na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou: "Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou, vem buscar-me que ainda sou teu!"
(coração materno, de vicente celestino by caetano veloso)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

o dia começou cedo, mais ainda que sempre. à 0h50. busão à 1h30. fortaleza às 5h44. espera, espera, espera. busão de novo. chuva. poça d'água. senta, conversa, espera. dicionários imensos, o meu tão pequeno. prova, prova, prova. vontade de urinar. nada de informações, fique ligando. busão de novo. senha, espera. folheado de queijo, suco de maracujá. desce, embarca. mais busão.quase cinco horas depois, muitas músicas tocadas e um celular quase descarregado, sobral de novo. e a promessa e esperança do retorno. moto, casa, banho, pc, conversa, fotos, aqui, agora digitando meu dia e não ultrapasso o instante-já.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

pereira está indo embora. ainda aquele choro por dentro. a vida começa, mais uma vez. e meus olhos sempre molhados.
sorte my son, sorte.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

há um homem preso. tem água pelo pescoço. que faço eu dele se não posso salvá-lo? se minhas palavras não o alcançam, se ele não estende as mãos para tocar os meus dedos?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"a dura nitidez do que é sólido. os olhos doendo e latejando, mas não cansados de beber sol"

: vejo-a a andar pelas ruas. poderei dar-lhe existência? e ofertar-lhe a obsidiana?
só elas dir-me-ão.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

sobre o Deus, a razão e as pessoas

Richard G. Scott, engenheiro nuclear americano, ajudou a planejar o primeiro submarino nuclear do mundo. Jeffrey R. Holland, doutor em estudos americanos pela Universidade de Yale. Dallin H. Oaks, membro da Suprema Corte de Utah, estado americano. Dieter F. Uchtdorf, ex-vice presidente da Lufthansa German Airlines. Ezra Taft Benson, ex-Ministro da Agricultura dos Estados Unidos. Além da vultuosa instrução e elevada posição intelectual, política ou administrativa, esses homens têm algo em comum: são membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.


E não obstante isso, ainda há os que creem que um indivíduo não pode ser um “intelectual” e ter uma religião ao mesmo tempo. Há os que dizem que a religião é o ópio do povo. Há os que dizem fazer faculdade, mestrado, doutorado, ter um carro, ser a elite intelectual da cidade, estado ou nação, e não ter tempo para a religião. A esses, certamente, a escritura chamaria “os tolos”. Dizem ser a religião um instrumento de controle, de poder. Dizem que ela ceifa a liberdade do homem, tornando-o fraco e submisso.

Com isso em mente, remeto-me a incontáveis pessoas que conheci, que não eram capazes sequer de abster-se de um pouco de café; outras que, dizendo-se racionais, não eram capazes de controlar seus instintos sexuais, ou outras, feitas escravas do álcool, cigarro e outras substâncias. E lembro-me de um homem fenomenal que lamento não ter conhecido pessoalmente. Estando ele em sua casa, com sua esposa e filhos numa madrugada, foi brutalmente arrastado para fora por uma turba. Chutes, socos, paus, pedras, tudo isso encontrou em seu corpo indefeso um alvo fácil. E como não fosse bastante, a intolerante choldra cobriu sua pele de piche quente e penas. Dois dentes quebrados, vários ferimentos e a morte de um filho foi o resultado disso. A reação desse homem? Depois, na presença de seus agressores e acompanhado de seus amigos, ele lhes ensinou sua religião e os batizou. Poderia eu chamar fraco a um homem desses, que refreou todo o instinto de vingança e retaliação que é tão comum à nossa bárbara raça? De onde tal força, não física, mas de caráter?

“Deus está morto”, anuncia Nietzsche, no que é acompanhado em uníssono pelos racionalistas e pela teoria de Darwin. O homem agora é senhor de si. “Mais do que a morte de Deus [...] o que anuncia o pensamento de Nietzsche é o fim de seu assassino” (As palavras e as coisas, Michel Foucault). “a hipótese de que o homem talvez tenha um fim próximo [pode ser] fundamentalmente inspirada na aposta nietzschiana na morte do homem, depois de este ter pretendido ocupar na modernidade o lugar de Deus” (Foucault, a filosofia e a literatura, Roberto Machado). O homem não pode assumir a posição divina, isso o levará à ruína, depois da qual, imponente, surgirá de novo a figura sagrada de Deus, ilustrando o Eterno Retorno teorizado pelo filósofo.

E me pergunto: como podemos considerar-nos civilizados, intelectuais, racionais, se negamos ao Deus? É impossível. A religião não é fonte de fraqueza, é fonte de força, é berço dos valores sociais tão teorizados pela teoria política e celeiro de prática dos mesmos. Não faz sentido, às vezes. Às vezes a pergunta “por quê?” tem como resposta um imenso vazio. E aí surge a descrença e o materialismo. Para isso, cito Lispector: “Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido”.

Ainda com muito que falar, mas com tempo ceifado – este sim ceifado e ceifado pelo racionalismo – encerro por ora este breve esboço que buscarei tornar perfeito.

Carpe diem.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

visão da cidade de carlos, foto tirada da torre dos anciãos
dois anos atrás: foi essa a primeira manhã que acodei ali, na cidade de carlos, tudo era labiríntico mas infinitamente agradável, havia vento, promessas, água e amigos.
hoje: bomba aórtica partida em duas, uma falando a outra. wonderland está gritando.