quarta-feira, 30 de março de 2011

Quase soneto de maio

Para Manoela

Os velhos de outrora, éramos nós.
Maio sem lua corria pela noite,
Após roçar em tua orelha versos canhotos
Depois de contar-te a altura dos céus.

Tua mão rósea levou-me à carruagem.
Subimos o instável muro de pedras.
Entramos na caverna do dragão.
Que abri como se minha fora.

Já eras rainha que negava a majestade
Fiz-te a questão, como me ensinara
O poeta de dias muitos.

E cantaste sim. A lua deu a mão
À noite.
E começaram as evoluções.

Ângelo Bruno de Oliveira

quinta-feira, 24 de março de 2011

vontade de escrever todas as coisas, dizer todos os sentidos, captar todos os movimentos, vontade da palavra perfeita onde o mundo caiba.
consciência do limite, de que o verbo é pouco e o mundo muito. por isso vou escrevendo, e escrevendo, por isso não se para nunca.

sexta-feira, 18 de março de 2011

... aquela antiga loba retornou, vinda do finis terrae, com olhos de prata. outrora minha jovem carne amaciou seu pelo. mal sabia eu em que abismo me lançava. ela me levou consigo pela floresta adentro. deu-me os segredos. sim, eu os tenho, os segredos. como um quebra-cabeça cujas peças não sei montar. ela mos deu. parecem areia na boca. agora ela está ali, os olhos de chumbo sobre mim, convidando-me, aquela antiga loba, vinda de além mar...

[à espera de uma forma, a antiga loba me olha, pede vida]

terça-feira, 15 de março de 2011

"os dragões não conhecem o paraíso" - caio fernando abreu

segunda-feira, 14 de março de 2011

hoje, dia da poesia
muito a dizer mas a aventura odisseica de hoje não me deixa
quem sabe amanhã que de poesia é também dia
neste meu calendário de dias afins

sexta-feira, 11 de março de 2011

erguer os braços curtos, roçar o de cima do mundo: é o que delas sei fazer, é até onde vou em busca de quê?

terça-feira, 8 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

lendo um milhão de coisas ao mesmo tempo
:
doutrina e convênios - Deus
difrença e negação na poesia de fernando pessoa - josé gil
lição - roland barthes
o artista e o artesão - mário de andrade
à poética - janilto andrade
para uma pedagogia da metáfora - josé paulo paes
a condição pós-moderna - david harvey
isto não é um cachimbo - michel foucault
a grande ibéria - vamireh chacon
o grau zero da escritura - roland barthes
a poética do devaneio - gaston bachelard
polifonia - paulo bezerra
e mais e mais e mais

quarta-feira, 2 de março de 2011

lição

"se por qualquer excesso de socialismo ou de barbárie todas as nossas disciplinas fossem retiradas do ensino, exceptuando-se uma, a literatura deveria ser a disciplina salvaguardada, porque todas as ciências se encontram disseminadas no momumento literário."

: roland barthes