quarta-feira, 27 de abril de 2011

um ano atrás, a esta hora, eu sobrevoava o país. mas aquele voo não tinha o gosto das alturas. era uma descida, uma longa aterrissagem de 4 horas, em que eu deixava para trás a maravilhosa wonderland. o coração contraía-se, não batia. vez por outra uma lágrima furtiva saltava fora. eu deixava a terra de meus sonhos, de meus risos, de minhas dores, de meus passos. sentia a insustentável leveza das asas que me deixavam, e o peso incomensurável dos ferros que se me prendiam aos pés.
queria wonderland... queria voltar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

um ano atrás:
despedia-me de wonderland, era noite quente, o coração miúdo, o medo de perder as asas.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

um ano atrás:
wonderland começava a desfazer-se nos soluços e nas lágrimas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

antônio cândido, aristóteles, josé paulo paes, alberto caeiro, rené magritte: minha companhia dessa manhã.

terça-feira, 12 de abril de 2011

mais uma de gabriel

gabriel, 4 anos, foi interrogado:
- o que é amor?
- amor é coração.
e não ousamos dizer que ele estava errado.

[roubado à vida real
há já dias que não escrevo, eles tem se passado tão efemeramente que mal os vejo. não fosse a data, estaria eu crendo que há apenas dois ou três dias que por aqui não passo, quando já vão nove. é que o cotidiano tem me absorvido. cada dia mais se me exige. e não sei me fazer de covarde. dou aos dias o que eles pedem, ainda que não possa dar.
agora é a terça-feira de manhã, acabou de chover. o ar ainda está molhado. o trabalho tem avançado de maneira agradável. mas é mister imterrompê-lo agora, e também as estas linhas, para deter-me sobre Jauss e suas teorias de estética da recepção.

carpe diem,

domingo, 3 de abril de 2011

passou-se o dia de meus anos. outrora era dia de luzes, festas e fogos. pelo menos dentro em mim. hoje apagaram-se todas as luzes, cessaram as algazarras, e estou sentado só numa cadeira ao centro de uma sala escura. mas não há tristeza, há calma. um rio corre calma e mansamente, é o rio de meus anos. ontem foi o dia de meus anos. e não houve os fogos de outrora, senão aquela cândida luz, leitosa, cálida não quente, que a mim se achegou. luz de vela. mas que amei como jamais a luz do sol. deu-me seu braço e fomos. e sorri o riso mais rido de todos os risos. se eu chorasse ontem, minhas lágrimas seriam doces.

a ti, unicamente, agradeço.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

eu vi uma pena no chão. joão pegou. não era mais pena.